terça-feira, 24 de abril de 2007

VI Trilhas & Trilhos



Veja como foi a 6ª edição do passeio
que une mountain bike e Maria Fumaça

FOTOS: Leandro Ferreira (ferreira@rac.com.br)

No domingo, dia 1º de abril, o Bikemagazine organizou a sexta edição do passeio “Trilhos & Trilhas”. Pouco mais de trinta ciclistas participaram do evento que percorreu o trajeto de 32 km por estradas de terra entre Campinas e Jaguariúna, no interior paulista.

O passeio contou com participantes de diversas cidades do Estado, entre elas Guarulhos, São Paulo, Santo André, Bragança Paulista, Jundiaí e Campinas.

Entre os participantes, o evento recebeu nove casais, uma família com quatro integrantes (de Bragança Paulista) e até mesmo um ilustre visitante de Tóquio, no Japão, Tatsuro Yamaguchi, que reside temporariamente em São Paulo.

Um belo dia ensolarado e de temperatura bastante agradável saudou aos ciclistas que se reuniram às 8h30 em Campinas para percorrer o belo caminho que atravessa a região das antigas e ricas fazendas da época áurea do café.

O percurso é relativamente fácil e foi percorrido em menos de três horas. O carro de apoio que acompanhou os bikers durante todo o trajeto, contava com água mineral à vontade, barras de cereais e uma bike de reserva.

Após o almoço, em um dos melhores restaurantes self-service de Jaguariúna, os bikers seguiram para a estação ferroviária de Jaguariúna, que foi recém restaurada e agora faz parte do roteiro cultural e turístico da cidade.

O retorno para Campinas foi no trem puxado por uma antiga locomotiva a vapor, a Maria Fumaça, que é o ponto alto de todo o passeio, com direito a muita nostalgia.

As bikes viajam com total segurança – sem danos à pintura – num carro-salão especialmente fretado para essa finalidade – enquanto que os passageiros desfrutam do conforto do carro de passageiros.

No trajeto de volta a Campinas, com 1h30 de duração, foi realizada a distribuição de brindes especiais oferecidos pela Scott (camisetas casual wear e meias femininas) e pela Bike Fan, que apoiou o evento com dois mecânicos, Ulisses Dupas e Rodolfo, além de camisetas.

A próxima do passeio será no dia 5 de agosto. As inscrições já estão abertas CLIQUE AQUI.

HISTÓRIA

Originalmente o trecho entre Campinas e Jaguariúna, atualmente com 24,5 km de trilhos, fazia parte da “Companhia Mogiana de Estradas de Ferro”, que foi fundada em 1872 e ligava Campinas – grande centro econômico da época - até a cidade de Araguari, no Sul de Minas Gerais, no final do século XIX.
A função da ferrovia era escoar a produção de café até o porto de Santos, no litoral paulista e foi construída totalmente com recursos bancados pelos Barões do Café da região.

A ferrovia operou com locomotivas a vapor até o final da década de 50 e com locomotivas a diesel até o ano de 1977, quando foi desativada. No mês de setembro daquele ano foi fundada em Campinas a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que mantém a operação turística do trecho.

A ABPF mantém um oficina de restauração de locomotivas a vapor e também de vagões de passageiros junto à Estação Carlos Gomes. Parte da verba vinda da venda de bilhetes é endereçada à ABPF para a manutenção da ferrovia e restaurações. Muitas peças têm que ser confeccionadas na própria oficina da associação, outras são feitas fora.

Atualmente a ABPF conta com um acervo total de 36 locomotivas a vapor espalhadas pelo País, 14 delas em funcionamento no trecho. No Brasil há locomotivas a vapor em operação em Rio Negrinho (SC), Cruzeiro (SP), Passa Quatro (MG), Curitiba (PR) e São Lourenço (MG).

Alguns patrocinadores – públicos e privados – como a Petrobras, também auxiliam na preservação da ferrovia. Outras doações são vindas de pessoas físicas, como ex-ferroviários. A madeira utilizada como combustível das caldeiras muitas vezes são doações de empresas com sede em Jaguariúna e Campinas, como Motorola, Altana Pharma, DuPont, e o Departamento de Parques e Jardins da Prefeitura Municipal de Campinas.

No ano que vem, a ferrovia chega até a antiga Estação Jaguariúna e deverá aumentar o número de turistas. Em Campinas, há um projeto de levar os trilhos até a Lagoa do Taquaral, parque turístico da cidade.

Fonte: Bikemagazine

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